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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

o sonho acabou


                                                           
                                                                      Entre o virtual e o real

            E agora, José? 
          A festa acabou, 
          a luz apagou, 
          o povo sumiu, 
          a noite esfriou, 
          e agora, José? 
          e agora, você? 
          você que é sem nome, 
          que zomba dos outros, 
          você que faz versos, 
          que ama, protesta? 
          e agora, José?
...

a noite esfriou, 
          o dia não veio, 
          o bonde não veio, 
          o riso não veio 
          não veio a utopia 
          e tudo acabou 
          e tudo fugiu 
          e tudo mofou, 
          e agora, José?
...

          Sozinho no escuro 
          qual bicho-do-mato, 
          sem teogonia, 
          sem parede nua 
          para se encostar, 
          sem cavalo preto 
          que fuja a galope, 
          você marcha, José! 
          José, para onde? 

Acabou o sonho, ou ... a hora em que as esperanças devem ser renovadas. Ma’ como... Macondo?

Eu tinha uma pedra no caminho: o vestibular. O 1º dia da prova foi ótimo. O 2º, embora estivesse muito cansada, também. Mas na hora de começar o 3º tempo, fiquei sabendo que aquelas respostas de português que tinha  preenchido de maneira errada na folha de respostas, e fiz um X para corrigi-las, seriam anuladas. 
Eu não tinha pensado no X como rasura. As monitoras falaram que essas respostas seriam anuladas; ao ouvir isso, quase paralisei e meu rendimento foi bem mais baixo do esperado. Consegui me repor e foi com todas as pilhas para o 4º e último dia. Uma hora depois de começada a prova, o menino do meu lado teve um ataque de epilepsia. Nesse contexto quem tem concentração para pensar na história com um presente tão gritante?! Foi horrível!

E assim foi como de uma prova q começava com pontuações de 19 e 20, foi despencando... Obtive o 62º lugar de 59 em “Universal” e “só” duas respostas erradas de português, das que eu tinha marcado mal. Contudo, nesse contexto certamente deve ter feito a maior diferença.

 Semana passada quando saiu o 1º chamado, fui na UFRGS perguntar quantas pessoas dessas 3 eram Universal. DUAS. Quer dizer q a próxima sou eu!!! Esperar até meia noite para conhecer o veredicto. Cinema, cerveja, nervos. Mas já não houve LETRAS. Fiquei literalmente com “la ñata contra el vidrio”, mais um tango na minha vida de portenha foragida.

Tristeza não tem fim. Pensamento reiterativo: se tivesse preenchido bem essa folha de português, estava dentro. Marquei consulta com o oculista, terei que fazê-lo também com o psicoanalista? No entanto, Drummond-e-ando.


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